A escola pública, antes encerrada em si mesma e dedicada quase que exclusivamente ao ensino de crianças e adolescentes, está procurando ser mais participativa através da participação da comunidade na escola e da escola na comunidade.
Os conteúdos programáticos são normalmente elaborados por funcionários das Secretarias de Educação, profissionais carregados de noções e valores adequados para a classe média urbana.
Os professores, que tratam diretamente com os alunos das mais diversas origens e classes e os pais dos alunos devem participar na elaboração dos currículos e detectar a irrelevância de muitos conteúdos para os alunos. Se os pais tivessem mais participação na vida escolar dos seus filhos, poderiam fazer com que os horários e calendários escolares, os trabalhos práticos e as pesquisas dos alunos fossem mais adequados a suas necessidades e interesses, reduziria a distância com a freqüência existente entre ela e o mundo do trabalho; aumentaria a eficiente utilização de locais como fábricas, oficinas, etc, como lugares de aprendizagem, incrementaria a ‘interaprendizagem” entre os diversos setores produtivos da comunidade e ampliaria o alcance produtivo da escola aos adultos através de um laboratório vivo onde os futuros cidadãos aprendem a difícil arte da convivência democrática.
Pode-se destacar que para conquistarmos uma educação com qualidade social há necessidade de considerarmos que:
- a criança, desde o nascimento , como produtora de saberes e das culturas infantis, a partir das múltiplas interações sociais e das relações que estabelece com o mundo, influenciando e sendo influenciada por ele, construindo significados a partir dele;
- o desenvolvimento do educando é a principal referência na organização do tempo e do espaço da escola , desde a educação Infantil até o Ensino Médio pois desde o inicio de sua vida, o ser humano apresenta ritmos e maneiras diferentes para realizar toda e qualquer aprendizagem;
- a diversidade metodológica e avaliação diagnóstica, processual e formativa devem estar comprometidas com uma aprendizagem inclusiva, em que o aluno, dentro da escola, aprenda de fato;
- É preciso possibilitar ao educando o acesso aos bens culturais, considerando-a sujeito de direitos, portadora de história e construtora de cultura;
- o conhecimento deve ser abordado em uma perspectiva relacional;
- a criança, o adolescente e o jovem devem querer estar na escola;
- a importância da formação inicial e continuada dos trabalhadores da educação;
- e a importância de uma gestão participativa, compartilhada entre todos os sujeitos do ambiente escolar, e que tenha como referência a elaboração coletiva do Projeto Político-Pedagógico.
Fonte:
Relatório da reunião do Setorial Educação PT/ABC – Agosto/2009 – Pré-Conferências Municipais/CONAE/MEC
Livro: O que é PARTICIPAÇÃO ?
Juan E. Diaz Bordenave
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