Dulci Educadora Social
Sonhar é muito bom! Realizar também é muito bom... Eterniza um pouco de Vc!!! Sou uma mulher que dificilmente me deixo levar por aspectos emocionais na hora de tomar decisões. Pra mim, NADA é mais importante do que o direito de ir e vir, de se expressar, de ser livre! Nada melhor do que conquistar a própria liberdade para agir sem se preocupar com os outros! Gosto de participar ativamente da sociedade onde vivo, opinando sobre tudo e contestando as coisas que acredito estarem erradas!
quarta-feira, 20 de julho de 2011
Chá da Tarde... Lúcia Sauerbronn
sábado, 25 de junho de 2011
"A sensibilidade comanda o meu julgamento"
Pensamentos extraidos do livro: "O que realmente importa"
“Cada minuto de vida é um minuto a menos e não um minuto a mais.
Mal nascemos e já começamos a morrer.”
Anderson Cavalcante
Viver não é apenas passar pelo mundo. É ouvir o seu próprio Ser. Deus criou cada ser humano para Ser Único. Cada um tem um ritmo diferente de batimento cardíaco, assim como tem um desenho único da íris e da impressão digital, que nos diferencia e nos define, mesmo que não reconheça. É preciso fazê-lo vir a luz.
Cada um possui a sua missão de vida. Não existe modelo de felicidade. Cada um de nós precisa confeccionar em seu dia-a-dia, o modelo que deseja vestir na vida.
Portanto, a vida só vale a pena quando temos algo maior que nos impulsiona a ir além. Isto significa a essência do que Vc é e deseja está dentro de Vc. Ao encontrar a sua verdadeira vocação, a sua voz interior , estaremos mais perto da nossa realização pessoal. Cada um de nós tem mecanismos para sintonizar esta frequência que vem do coração e ecoa por toda a alma.
Viver uma vida com plenitude significa estar por inteiro no que está fazendo; é se empenhar para estar verdadeiramente presente nas coisas que Vc faz e não estar apenas fisicamente presente, ficar atento e fazer o possível para aprisionar esse momento, se apropriar destas sensações e não deixar escapar das suas mãos e assim construir a nossa cumplicidade.
Conheço pessoas que possuem dinheiro e pessoas que são possuídas por ele. O dinheiro deve ser consequência de um excelente trabalho que me traga coisas que eu gosto e não que me tire das coisas de que eu gosto , que me tire o conhecimento, saúde, e pessoas que EU AMO... que me deixa segura, que não me aprisiona.
Todos nós possuímos um talento e precisamos nos apropriar dele. O conflito e a insegurança são sentimentos que fazem parte da nossa vida. É possível enfrentar eventuais adversidades sem desespero.
Sinto que estou vivendo um momento único: me sinto diante de uma fonte de águas cristalinas, que me atira para a minha vocação e meus desejos, e isto me dá a coragem necessária para enfrentar os conflitos e adquirir confiança em minhas decisões.
É preciso agir de acordo com a voz do seu coração. Aprender a sentir com a cabeça e pensar com o coração.
"Um partido amplo de visão não acontece onde as pessoas sentem-se limitadas
no seu relacionamento; a visão centrada em si mesmo naturalmente limita um
olhar descompromissado, capaz de enxergar outras facetas fora do seu mundo
particular.
Ambientes onde há uma cultura de cooperação, ou seja, onde as pessoas
gostam de ajudar e de receber ajuda, admitindo que isso não seja uma forma
disfarçada de aproveitamento, permitem liberdade de expressão".
Os valores são importantes para formar o chão em que a semente da missão deve ser plantada.
Eu sei o que desejo realizar de mais extraordinário na minha vida e vou conseguir plantar uma semente desse desejo em cada atitude do meu dia a dia e aproveitar a satisfação desta colheita.
quarta-feira, 6 de abril de 2011
Marca de Mulher - parte I
A história demonstra que o sexo feminino possuía algumas obrigatoriedades, como conviver com os afazeres domésticos e ainda trabalhar arduamente nas fábricas que marcaram território na formação da cidade (Indústrias Reunidas Matarazzo, Cerâmica São Caetano e CBC Cartuchos).
Deixo aqui registrada a minha homenagem ao modelo de mulher empreendedora;minha sincera admiração e respeito a prof Olga Mollinari, 1a vereadora eleita SCSul, liderança do movimento autonomista da nossa cidade.
sábado, 4 de dezembro de 2010
O HOMEM e a SOCIEDADE
Artigo I – “Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas as outras com espírito de fraternidade.”
Declaração Universal dos Direitos Humanos
De um modo geral, todos os artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos sinalizam uma profunda reflexão sobre os ideais comuns a serem atingidos por todos os povos e nações.
Segundo Sidney Oliveira, autor do livro “Geração Y”, estamos conhecendo o surgimento de uma nova era, que se estabelece em tempo menor. Percebemos estas mudanças quando avaliamos a história da humanidade.
No inicio do século passado o país considerado mais rico e com melhor padrão de vida para seus habitantes foi a Inglaterra porque possuía o melhor sistema educacional e força militar mais fortes do mundo. No decorrer de 100 anos esta “indicação” foi gradualmente transferida para os Estados Unidos, considerando que a globalização da economia dos últimos anos distribuiu este “conceito” entre as novas forças “adormecidas ou bloqueadas” no período pós-guerra. Estes paises esqueceram que os paises orientais, Índia e principalmente a China, concentravam 33% da população, da “força humana” mundial que altera completamente o cenário atual.
O autor analisa a conjuntura e divide a História da Humanidade em “Eras”:
· Era da Agricultura ( até 1776 )
O principal valor atribuído ao ser humano neste periodo estava associado a posse de terras: os nobre reis comandavam os interesses das pessoas ( época de Hobin Hood ). Período de grandes revoluções políticas, principalmente na França e Estados Unidos.
· Era do Artesanato ( até 1860 )
Aconteceram vários movimentos culturais no período de transição entre essas duas eras, muito presentes durante as revoluções. Suas características ficaram mais acentuadas com o movimento de libertação dos escravos promovidos em diversos paises. As pessoas começaram a perceber que era difícil associar o valor de uma pessoa unicamente á posse de um território. A condição de “MAIOR VALOR” migrou para a “FORÇA DE TRABALHO”.
· Era da Revolução Industrial ( até 1970 )
Foi um tempo de muitas transformações causados pelos movimentos sociais: as inovações e avanços tecnológicos, associados aos novos modelos de organização do trabalho, a grande depressão da economia mundial e as duas grandes guerras mundiais, promoveram a transição “ da força/valor do trabalho para a POSSE do CAPITAL“. Os paises deixaram de se basear em um bem tangível como o Ouro e passaram a se apoiar no “dólar americano”, uma moeda com valor intangível, sujeita as variações cambiais de cada país.
· Final do século 20
A velocidade e a sofisticação das transações comerciais internacionais associadas a aceleração do crescimento populacional promoveram avanços tecnológicos e tornaram-se expressivos: a INFORMAÇÃO tornou-se VIRTUAL e INTANGIVEL , o PRINCIPAL VALOR QUE UMA PESSOA PODERIA POSSUIR.
· Era do CONHECIMENTO ( até 2000 )
- “ A informação passou a ser o único valor de fato “;
– “ ABSORVEU OS VALORES DAS ERAS ANTERIORES”.
Ex.: O capital representado pelo saldo financeiro em um extrato de conta bancária; a posse de um terreno registrado em uma escritura de cartório; a qualificação para o trabalho expressa por um certificado ou diploma.
· Era das CONEXÕES ( ATUAL - a partir de 2000 )
O valor da Informação foi “alterado”. Hoje o principal valor está associado “as pessoas que possuem relacionamentos”.
Toda a tecnologia do crescimento dos meios de comunicação, sobretudo telefonia e Internet são acessíveis; as pessoas podem ter acesso as informações por meio de mecanismos de pesquisas ( GOOGLE, emails, MSN, rede de relacionamentos – orkut, faceboock,etc ). Tornou-se difícil identificar o que é certo ou errado porque direciona decisões e escolhas; experiências felizes ou infelizes de relacionamentos que confundem as pessoas e provocam reações diversas.
O autor destaca que chegamos ao tempo em que conhecer a pessoa certa, na hora certa com aquilo que Vc precisa, “não tem preço”.
As mudanças geralmente provocaram algum tipo de reação e ou sentimentos de insegurança causadas pelas incertezas geradas pela ruptura das rotinas e do estado de conforto.
Negar a manutenção da mudança significa que não queremos abrir mão das pequenas conquistas, sacrifícios e ou escolhas que nos permitiram alcançar um grau de estabilidade aceitável.
É durante o processo de resistência que apresentamos nossos argumentos para que haja as Mudanças necessárias, debates e trocas de opiniões e experiências são necessários para que esta Nova Idéia seja melhorada, ampliada e otimizada e desta forma enxergar com mais amplitude os cenários futuros.
Quando ampliamos a nossa consciência sobre as novas realidades as reações começam a ser mais favoráveis: sair da resistência e começamos a nos preparar por meio da exploração dos fatos, abertos para todas as possibilidades: custos, benefícios, dificuldades e desafios deste novo cenário. É necessário o “envolvimento” de todos os que serão afetados pelas alterações do cenário.
Sendo assim, o atual cenário aponta que nós, educadores, estamos diante de um grande desafio: o que fazer numa sociedade tão embrenhada em “des-valores ou valores mesquinhos”, como o consumismo, a violência, a busca por levar vantagem em tudo, a desonestidade; enfim, como podemos agir de forma transformadora?
De um modo geral os profissionais não consideram “ a identidade” das cidades onde atuam, das regiões específicas onde vivem as pessoas, a dinâmica tecnológica e a história comunitária, onde se criam as crianças e os jovens.
É preciso destacar algumas frases do grande educador e pensador brasileiro do século passado que, de forma clara, concisa e sutil sinaliza uma resposta viável: a Educação. Segundo Paulo Freire,
“... somos seres condicionados, mas não determinados (...) A História é tempo de possibilidade e não de determinismo (...) o futuro é problemático e não inexorável (...) mais do que um ser no mundo, o ser humano se tornou uma Presença no mundo, com o mundo e com os outros. Presença que, reconhecendo a outra presença como um não-eu´ se reconhece como ´si própria´. Presença que se pensa a si mesma, que se sabe presença, que intervém, que transforma, que fala do que faz mas também do que sonha, que constata, compara, avalia, valora, que decide, que rompe. E é no domínio da decisão, da avaliação, da liberdade, da ruptura, da opção, que se instaura a necessidade da ética e se impõe a responsabilidade.”
( Paulo Freire, Pedagogia da Autonomia, 1996)
“Agora me parece que o homem não está só. Em suas mãos elaborou como se fora um duro pão, esperança, a terrestre esperança.”
Pablo Neruda
As palavras deste poeta “também” precisam ser incorporadas em nossa vida cotidiana. Precisamos construir uma “prática profissional” movida pela Esperança, audácia, criatividade e respeito a pessoa humana, multiplicando valores éticos e desta forma manter vivos o debate e a luta pelo respeito a vida. O objetivo de cada individuo e de cada órgão da sociedade é se esforçar, através do ensino e da educação continuada e promover o respeito a esses direitos e liberdades para assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universal através da adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional.
Esse processo é “uma longa caminhada”, pois trata-se da desmistificação e aprofundamento das questões ligadas a Cidadania e aos Direitos Humanos. O papel da Universidade e da sua docência é fundamental para a transmissão destes valores, para uma educação permanente e persistente no sentido de validar uma cultura comprometida com os valores da vida, base para o fortalecimento dos pilares Éticos, de uma sociedade mais justa.
Essa “ troca de energia " é um novo tipo de capital, o chamado "CAPITAL SOCIAL". Precisamos formar este CAPITAL SOCIAL e ter "perseverança", fazer a nossa parte para que este processo “adquira sua própria dinâmica”.
É com estas afirmações que desejo contribuir para a construção de uma educação para a vida, cidadania, trabalho e participação. Através desta oportunidade fazer “parte deste empreendimento e contribuir neste processo de Mudança de Valores” e promover uma formação acadêmica baseada no desenvolvimento humano e social sustentável.
“Talvez seja este o aprendizado mais difícil: manter o movimento permanente , a renovação constante, a vida vivida como caminho e mudança “.
MARIA HELENA KUHNER
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
"MENTES MODERNAS"
Viver ou juntar dinheiro – Max Gehringer
Há determinadas mensagens que, de tão interessante, não precisam nem sequer de comentários. Como esta que recebi recentemente. Li em uma revista um artigo no qual jovens executivos davam receitas simples e práticas para qualquer um ficar rico. Aprendi, por exemplo, que se tivesse simplesmente deixado de tomar um cafezinho por dia, nos últimos quarenta anos, teria economizado 30mil reais.
Se tivesse deixado de comer uma pizza por mês, 12 mil reais. E assim por diante. Impressionado, peguei um papel e comecei a fazer contas. Para minha surpresa, descobri que hoje poderia estar milionário. Bastaria não ter tomado as caipirinhas que tomei, não ter feito muitas viagens que fiz, não ter comprado algumas das roupas caras que comprei.
Principalmente, não ter desperdiçado meu dinheiro em itens supérfluos e descartáveis. Ao concluir os cálculos, percebi que hoje poderia ter quase 500 mil reais na minha conta bancária. É claro que não tenho este dinheiro. Mas, se tivesse, sabe o que este dinheiro me permitiria fazer? Viajar, comprar roupas caras, me esbaldar em itens supérfluos e descartáveis, comer todas as pizzas que quisesse e tomar cafezinhos à vontade.
Por isso, me sinto muito feliz em ser pobre. Gastei meu dinheiro por prazer e com prazer. E recomendo aos jovens e brilhantes executivos que façam a mesma coisa que fiz. Caso contrário, chegarão aos 61 anos com uma montanha de dinheiro, mas sem ter vivido a vida.
“Não eduque seu filho para ser rico, eduque-o para ser feliz. Assim ele saberá o VALOR das coisas e não o seu PREÇO”
Que tal um cafezinho?
Max Gehringer
Mas, claro, ele tem razão. É verdade.
Para que juntar dinheiro para uma velhice digna, independente e segura, não é mesmo?
Afinal, como somos jovens, podemos nos dar ao luxo de perguntar: Quem precisaria de dignidade depois dos 61?
Por que se preocupar, não? Afinal, a saúde pública no Brasil é tão boa quanto a da Suécia.
E não é para isso que servem os filhos? É claro que eles não têm direito à tranquila independência!
Terão obrigação de cuidar de nós, dependentes velhos e doentes, e ainda por cima, pobres.
Quem se importa? Pelo menos estaremos felizes porque gastamos bem nosso dinheiro, para fazer as coisas mais importantes da vida: “Viajar, comprar roupas caras, nos esbaldar em itens supérfluos e descartáveis…”.
Ora, permito-me discordar do velho Max.
Infelizmente as coisas são bem mais complexas… E, dentre os itens que compõem o pacote da felicidade, para muitos, como eu, figuram itens como: preocupação para com os demais, segurança, manutenção de independência ante circunstâncias adversas (redução de mobilidade, impedimentos decorrentes de AVC, etc), paz de espírito, a confiança de ter feito a coisa certa, e de viver para além do mero epicurismo dos rasos de espírito.
Não apenas nas cigarras, há sabedoria nas formigas e abelhas: um espírito gregário que tanta falta faz nesses tempos de individualismo egoista e raso espontaneísmo.
Permito-me celebrar as tão fora de moda virtudes da previdência e da prudência, plenamente ciente de que um dia hão de florir de novo nas pradarias."
Vale a pena ler conferir este e outros comentários sobre este artigo:
http://www.mentesmodernas.com.br/viver-ou-juntar-dinheiro-max-gehringer.html
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
"Minhas reflexões"
“ O Futuro não é um presente, é uma conquista”
Harry Lauder
Todos os dias, ao despertar, agradeço a Deus por ter a oportunidade de ser feliz e lutar por tudo que acredito. Hoje estou inspirada e resolvi fazer uma reflexão especial. O livro “ Os donos do Futuro”, de Roberto Shinyashiki aponta valores fundamentais. Segundo o autor o sucesso se torna importante quando Vc sente a sensação de amor dentro de si; quando se dá o respeito e se percebe realizando uma missão.
Para Shinyashiki o Ser Humano pode crescer, fazer com que a sua vida seja melhor, construir sua felicidade, sem esquecer seus princípios:
“Sabedoria é ser dono do sentido que se dá aos acontecimentos.
Maturidade é o que se aprende com esses sentimentos.
Sucesso é conseguir o que Vc quer.
Felicidade é conquistar o que Vc precisa.
A vitória é conseqüência de uma atitude produtiva diante da vida.
Os donos do futuro aprendem com suas experiências de vida.”
Russell dizia “ Para que repetir os erros antigos quando há tantos erros novos a cometer”.
O trabalho é o principal caminho para a realização pessoal, porém ganhar dinheiro nem sempre proporciona uma realização. Por meio do trabalho podemos reivindicar respeito, algo que dá sentido a vida e a certeza de que está fazendo e construindo algo bom para a sua vida e para a sociedade.
“Ninguém é de ninguém”. É maravilhoso usufruir da liberdade de expressão, do direito de ir e de vir. Ser livre e Feliz!!
A evolução do papel da mulher na história
Ao fazer algumas pesquisas sobre o papel da mulher na sociedade ao longo da História a partir da década de 40, fui tomada pela curiosidade de estudar este papel desde as civilizações antigas; para tanto fui buscar material consistente que traçasse o perfil dessa mulher dentro da sociedade em diferentes épocas.
Na espécie humana temos o ser masculino e o ser feminino. A reprodução da espécie humana só pode acontecer com a participação desses dois seres. Para perpetuar a espécie, homens e as mulheres foram criando uma relação de convivência permanente e constante. Surgiu com o desenvolvimento da espécie humana, a sociedade humana. A sociedade humana é histórica, muda conforme o padrão de desenvolvimento da produção, dos valores e normas sociais.
Desde que o homem começou a produzir seus alimentos, nas sociedades agrícolas do período neolítico (entre 8.000 a 4.000 anos atrás), começaram a definir papéis para os homens e para as mulheres. Nas sociedades agrícolas já havia a divisão sexual do trabalho, marcada desde sempre pela capacidade reprodutora da mulher, o fato de gerar o filho e de amamentá-lo. O aprendizado da atividade de cuidar foi sendo desenvolvido como uma tarefa da mulher, embora ela também participasse do trabalho do cultivo e da criação de animais.
Surgem as sociedades humanas, divididas em clãs, em tribos e aldeias. Na fase pré-capitalista o modelo de família era multigeracional e todos trabalhavam numa mesma unidade econômica de produção. O mundo do trabalho e o mundo doméstico eram coincidentes. A função de reprodutora da espécie, que cabe à mulher, favoreceu a sua subordinação ao homem. A mulher foi sendo considerada mais frágil e incapaz para assumir a direção e chefia do grupo familiar. O homem, associado à idéia de autoridade devido a sua força física e poder de mando, assumiu o poder dentro da sociedade.
Surgem as sociedades patriarcais, fundadas no poder do homem, do chefe de família. A idéia de posse dos bens e a garantia da herança dela para as gerações futuras, levaram o homem a interessar-se pela paternidade. Assim, a sexualidade da mulher foi sendo cada vez mais submetida aos interesses do homem, tanto no repasse dos bens materiais, através da herança, como na reprodução da sua linhagem.
A mulher "passou a ser do homem" como forma dele perpetuar-se através da descendência. A função da mulher foi sendo restrita ao mundo doméstico, submissa ao homem. As sociedades patriarcais permaneceram ao longo dos tempos, mesmo na sociedade industrial.
Porém, nas sociedades industriais o mundo do trabalho se divide do mundo doméstico. As famílias multigeracionais vão desaparecendo e forma-se a família nuclear (pai, mãe e filhos). Permanece o poder patriarcal na família, mas a mulher das camadas populares foi submetida ao trabalho fabril. No século XVIII e XIX o abandono do lar pela mães que trabalhavam nas fábricas levou a sérias conseqüências para a vida das crianças. A desestruturação dos laços familiar, das camadas trabalhadoras e os vícios decorrentes do ambiente de trabalho promíscuo fez crescer os conflitos sociais. A revolução industrial incorporou o trabalho da mulher no mundo da fábrica, separou o trabalho doméstico do trabalho remunerado fora do lar. A mulher foi incorporada subalternamente ao trabalho fabril. Em fases de ampliação da produção se incorporava a mão de obra feminina junto à masculina, nas fases de crise substituía-se o trabalho masculino pelo trabalho da mulher, porque o trabalho da mulher era mais barato.
As lutas entre homens e mulheres trabalhadoras estão presentes em todo o processo da revolução industrial. Os homens substituídos pelas mulheres na produção fabril acusavam-nas de roubarem seus postos de trabalho. A luta contra o sistema capitalista de produção aparecia permeada pela questão de gênero.
A questão de gênero colocava-se como um ponto de impasse na consciência de classe do trabalhador. Assim, nasceu a luta das mulheres por melhores condições de trabalho. Já no século XIX havia movimento de mulheres reivindicando direitos trabalhistas, igualdade de jornada de trabalho para homens e mulheres e o direito de voto. Ao ser incorporada ao mundo do trabalho fabril a mulher passou a ter uma dupla jornada de trabalho. A ela cabia cuidar da prole, dos afazeres domésticos e também do trabalho remunerado. As mulheres pobres sempre trabalharam. A remuneração do trabalho da mulher sempre foi inferior ao do homem. A dificuldade de cuidar da prole levou as mulheres a reivindicarem escolas, creches e o direito a maternidade.
Na sociedade capitalista persistiu o argumento da diferença biológica como base para a desigualdade entre homens e mulheres. As mulheres eram vistas como menos capazes que os homens. Na sociedade capitalista o direito de propriedade passou a ser o ponto central, assim, a origem da prole passou a ser controlada de forma mais rigorosa, levando a desenvolver uma série de restrições a sexualidade da mulher. Cada vez mais o corpo da mulher pertencia ao homem, seu marido e senhor. O adultério era crime gravíssimo, pois colocava em perigo a legitimidade da prole como herdeira da propriedade do homem.
No século XX as mulheres começaram uma luta organizada em defesa de seus direitos. A luta das mulheres contra as formas de opressão a que eram submetidas foi denominada de feminismo e a organização das mulheres em prol de melhorias na infra-estrutura social foi conhecida como movimento de mulheres. A luta feminina também tem divisões dentro dela. Os valores morais impostos às mulheres durante muito tempo dificultaram a luta pelo direito de igualdade.
As mulheres que assumiram o movimento feminista eram vistas como "mal amadas" e discriminadas pelos homens e pelas mulheres que aceitavam o seu papel de submissas na sociedade patriarcal. A luta feminina é uma busca de construir novos valores sociais, nova moral e nova cultura. É uma luta pela democracia, que deve nascer da igualdade entre homens e mulheres e evoluir para a igualdade entre todos os homens, suprimindo as desigualdades de classe.
Após a década de 1940 cresceu a incorporação da força de trabalho feminina no mercado de trabalho, havendo uma diversificação do tipo de ocupações assumidas pelas mulheres. Porém, no Brasil, foi na década de 1970 que a mulher passou a ingressar de forma mais acentuada no mercado de trabalho. A mulher ainda ocupa as atividades relacionadas aos serviços de cuidar (nos hospitais, a maioria das mulheres são enfermeiras e atendentes, são professoras, educadoras em creches), serviços domésticos (ser doméstica), comerciarias e uma pequena parcela na indústria e na agricultura. No final dos anos 1970 surgem movimentos sindicais e movimentos feministas no Brasil. A desigualdade de classe juntou os dois sexos na luta por melhores condições de vida.
O movimento sindical começou a assumir a luta pelos direitos da mulher. Na década de 1980, quando nasceu a CUT, a bandeira das mulheres ganhou mais visibilidade dentro do movimento sindical. Surgiu na década de 1980 a Comissão Nacional da Mulher Trabalhadora, na CUT. A luta pela democratização das relações de gênero persistiu e com a Constituição Federal de 1988 a mulher conquistou a igualdade jurídica. O homem deixou de ser o chefe da família e a mulher passou a ser considerada um ser tão capaz quanto o homem.
Papel da Mulher na Sociedade ao longo da história -
Autoras: BESSA; Karla Adriana Martins
AGORA É A VEZ E A VOZ DA MULHER NA POLITICA BRASILEIRA!!Publicado em: agosto 21, 2007